quarta-feira, novembro 10, 2021

amor

Eu gosto do cheiro que tem atrás do pescoço no meio de uma abraço, esse é o lugar que mais tem o cheiro mesmo da pessoa.

quinta-feira, setembro 09, 2021

vi seu stories anonimamente

Olhos expressivos são sempe um problema.
Narinas grandes também.
Sei que é ruim da minha parte me prender ou afastar por esse tipo de detalhe visual.
Mas é...

quinta-feira, abril 01, 2021

coisas da vida

Quando criança eu queria ser garçonete.

Com doze anos queria ser uma supergostosa e morar em Paris com um velho rico que me banque, com direito à silicone e três filhos.

Aos vinte e poucos queria ser cineasta solteira e morar numa cobertura escura e fria na capital, tomar drinks no final da noite e filmar suspenses de arte.

Nos mais de trinta quero ser desenhista de historias infantis e florista.



quarta-feira, março 24, 2021

é

As vezes que eu brinquei de casinha na vida hoje me fazem transformar cada quadrado de concreto em um ambiente util e fofinho, cheio de plantas e gatos que não são meus.

segunda-feira, março 22, 2021

hoje mesmo

Toda vez que eu fumo eu lembro de voce. Me da uma ansiedade e eu volto una anos no tempo e termino discussões com as melhores reviravoltas possiveis. Preciso desenhar.

quarta-feira, fevereiro 17, 2021

17 de fevereiro 2021

Hoje procurei apartamentos pra alugar e vagas para  concursos publicos.

Me imaginei velha chegando em casa depois do trabalho no escritório com uma camisa de botões de manga longa pra esconder as tatuagens.

No entanto não sei se chegarei a velhice.


sábado, fevereiro 13, 2021

perturbada

A perna esquerda despercebidamente amortecida começou a formigar no primeiro movimento de sangue passando, pensei que tinha ficado demais naquela posição. Mas quanto tempo?

Olhei para o relogio preto na parede da cozinha escura de fim de tarde que marcava 12:08, quebrado.

Fazia dois dias que era meio dia e oito nessa parte da casa... Acho.

Falar sozinha dava um ar de loucura, a pessoa que verbaliza as coisas aleatoriamente pela vida pela casa.

Cadê os cachorros?! -Assovio -

Falar com cachorros pelo menos tirava um pouco do peso de estar tirando conclusoes de discussões inexistentes.

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

nota nova

Percebo que tenho lido coisas rasas.

Alem de rasas, muitas vezes não passa da manchete.

Assistir algo ficou praticamente impossivel.

Uma vez que dá pra correr com o controle pra frente

e chegar logo na parte importante..

Acabo não vendo o caminhar do todo.

Dai minhas frases ficam vazias de significado,

A escrita falha.

Não tem adjetivos nas descrições,

Não guardo nem comparo as cores das coisas,

Só ações, raso.

soberba

Ele conta sobre seu passando e ri, como se o rei de sua barriga estivesse nadando em moedinhas de ouro, mandando decapitar vagabundos e dando lições em mulheres insubordinadas.

Subserviência

substantivo feminino

Qualidade ou estado da pessoa que cumpre regras ou ordens de modo humilhante; característica de quem se dispõe a atender as vontades de outrem.

Bajulação; ação de servir aos desejos de outrem por vontade própria.

Ato de servir de maneira voluntária.

Condescendência

substantivo feminino

Disposição para ceder aos sentimentos ou aos desejos de alguém; complacência.

[Pejorativo] Expressão de uma superioridade arrogante diante de algo ou de alguém: criticou o livro com uma condescendência irritante!

Comportamento de quem acompanha, por medo ou por fraqueza, os preceitos do dever, da honra, da honestidade.

Ação ou efeito de condescender, de ser tolerante, transigente, complacente; bondade, tolerância.

ufa

Somos todos ótimos exemplos de narcisistas na defensiva.

eu

Beiro o insuportável.

quarta-feira, janeiro 20, 2021

nota antiga

Estava reciclando meus antigos cadernos ontem e achei isso que escrevi num rascunho de carta não enviada:

"Sabe por que você não sabe quase nada sobre mim? Por que você não cala essa sua boca que só sabe falar sobre você."

Necessário? Talvez não.
Ameaçador? Com certeza.

domingo, janeiro 17, 2021

Papai acaba com a magia

Assistindo uma reprise de programa de talentos na televisão aberta, da qual meu pai não abre mão durante suas quatro refeições diárias, ao ver uma contorcionista fazer seu número final, embasbacado com a elásticidade e graciosidade da garota, ele comenta:

"Qualquer erro ela fica tetraplégica."

sábado, janeiro 16, 2021

temas

-com você aprendi a falar "eu te amo" sem que isso significasse nada;

-você me ensinou a fechar o box do banheiro depois do banho;

-limpar o ralo dos outros parece demonstrar sentimentos;

-menstruei no seu rejunte - parte dois, a revanche;

-apanhar também é uma prova de amor;

-dançando aos gritos de "ninguém nunca te amou como eu, garota";

-ele disse "você é pior do que eu só que esconde melhor";

-eu gosto do jeito que você me machuca uh uuuuh;

-eu o inspirei à sua pior música;

-o primeiro dia que você gritou comigo estávamos juntos há um mês;

-ele me falou que fez macumba com a minha camiseta velha;

-esqueci de contar que a camiseta que ele me roubou era de outro homem;

-"amor da minha vida" ou "dessa vez você não foge";

-ah não, ele tá aqui de novo;

-"vamos falar sobre sentimentos" a tradução livre dos dias que eu tive medo de você.






-

terça-feira, janeiro 12, 2021

Bom demais!

 Você já deletou seus e-mails hoje?

Parte 1: À procura de "Song Book de Miyuki Nakajima"

 Capitulo 1 - " Obrigado"


1

Era uma vez uma época em que cada pessoa possuía um nome. Dizem que esses nomes eram colocados pelos pais.

Eu li isso num livro.

Vai ver que muito, muito tempo atrás era assim mesmo.

Esses nomes eram do tipo que os famosos protagonistas de romances têm, como Pyotr Verkhovensky e Oliver Twist e Jack Oshinumi.

Devia se o máximo.

"Ei, ei, Adrian Leverkühn, para onde se dirige Vossa Senhoria?"
"Para onde me dirijo não é da conta de ninguem. Estou errado, Rintarozinho Mori?"

Atualmente são poucos os que possuem esse tipo de nome. São conservados apenas por políticos e atrizes.

Mais tarde, as pessoas começaram a se autonomear. eu me lembro vagamente dessa época.

Todos esforçavam-se ao maximo em se dar nomes. As pessoas iam até a Prefeitura para trocar  os nomes dados pelos pais por outros imaginados por si mesmos.


Havia sempre em longa fila em frente à Prefeitura.

A fila era tão longa que, se um casal começasse a namorar ao entrar nela, seu bebê nasceria e seria levado de ambulância dali no momento em que conseguisse avistar a prefeitura.

Os nomes antigos eram atirados um após outro no rio detrás da Prefeitura pelos funcionários.

Milhões de nomes antigos iam sacolejando espreemidos uns aos outros por toda a superfície do rio, ocultando completamente a água, flutuando suavemente correnteza abaixo.

Crianças levadas que éramos, nos juntávamos à beira do rio e brincávamos de tacar pedras nos nomes antigos que passavam flutuando, xingando-os e lançando jatos de urina sobre eles.

- Yaaaaaaa, yaaaaaaaa, tolot!! Yaaaaa, yaaa, úvulas!!

Lado a lado, ao longo da margem do rio, desfiávamos insultos em cima daqueles nomes caquéticos, apavorados, e colocávamos para fora, ao mesmo tempo, os nossos pênis incircuncisos.

-Apresentar ... armas!!

Nós apontávamos.

-Atirar!

Os pobres nominhos velhos se debatiam sob o jato conjunto de nossas mijadas, debatendo-se para um lado e para o outro, incapazes de revidar contra nós.

-Seus bostinhas de merda!!
-Mijões!!
-Filhos ingratos!!

Esforçando-se ao máximo para nos ofender, os depauperados nomes boiavam em direção ao mar.

Havia muitos nomes estranhos entre aqueles escolhidos pelas pessoas.

Muitos eram totalmente sem pé nem cabeça.

Eram frequentes as desavenças entre aqueles que se autonomeavam e o nome escolhido, havendo mesmo casos de acabarem se matando um ao outro.

Foi nessa época que nos acostumamos com a "Morte".

Jogávamos a mochila nas costas, calçávamos as galochas e lá íamos nós para a escola sob o som de nossos pés chapinhando pela estrada
 coalhada do sangue que escorria dos nomes e das pessoas, o qual chegava até os tornozelos.

Diariamente comboios formados por caminhões de oito toneladas repletos de cadáveres de gente e seus "nomes" trafegavam pelas rodovias.

Quando eu estava na terceira série, um colega da turma se colocou um nome escondido dos pais.

-Você não devia faezr isso- eu aconselhei.
-Não estou nem aí- o cara falou.
-Meu nome é show de bola- ele dizia.

O garoto acabou sendo assassinado pelo seu "show de bola".

Foi um homicídio abominávelmente brutal.

tâo brutal que ningém acreditava que o cadáver fora um dia um ser humano.
...

sábado, dezembro 26, 2020

28 de dezembro de 2013

As vezes é necessário,
mas triste,

reconhecer um erro interno
daqueles que só aparecem com um erro do cerebro.... erro, erro só pode

narcisismo fora dos padrões,
absolutamente.

...ou pode ser um erro agora estar achando isso
pra fingir que afeto era unilateral.

PAZ

desumano que nada,

o insinto é amassar tudo,

absolutamente humano,

destruição como sobrenome,

desejo por vingança,

maldade e ódio,

destruidores de lares,

nascidos na raiva enrustida,

e nem sabe o por que,

egocentrismo...egoismo,

humanos deviam morar sozinhos.

x

Então 
ouvi-se
meu
coração
pulando
uma
batida
por
você.

7 de maio de 2014

Tenho aprendido a criar na felicidade, na clareza colorida radiante com o calor dentro do peito, euforia transbordando por aí e por aqui, bem piegas e clichê e mais amor e mais e mais amor.

Mesmo minha criação sempre rasa nessas horas, bonito, mas, nem tanto, por que acostumei que o estar feliz é mais sentir do que fazer, daí eu sinto até não poder mais e não me sobra tempo.

Quando sou triste, mais faço do que sinto, pra não deixar o sentimento dominar e me trancafiar entre cinco paredes, aí sai tudo lindo, por que tenho tempo de sobra para amar os defeitos que normalmente não vejo.

Mas, que tô aprendendo, tô, e agora dôo menos por quem se está feliz do que precisava doar antes, e o faço pra mim, cheia de brilhos nos olhos, um monte de criações felizes por você.

31 de outubro de 2014

Queria ter um romance compositor, um músico que criasse letras de tristeza e solidão, assim, no meio de sorrisos de bom dia e comentários sobre qualquer coisa, eu teria como saber o que se sente realmente, pelas melodias e só por elas, pois não parece ter um jeito de saber isso sem ouvir nada.

14 de novembro de 2014

o seu telefone era o único que eu sabia de cor, agora ele não existe mais.

ah

Ela passava horas cama querendo transar com todo mundo que encontrava por acaso na rua mas tinha preguiça.

the slackers

"If you see me hanging round, 
you don't know me
don't stare at me for too long."

domingo, dezembro 20, 2020

Love's Deity

I long to talk with some old lover's ghost,
      Who died before the god of love was born.
I cannot think that he, who then lov'd most,
      Sunk so low as to love one which did scorn.
But since this god produc'd a destiny,
And that vice-nature, custom, lets it be,
      I must love her, that loves not me.

   Sure, they which made him god, meant not so much,
      Nor he in his young godhead practis'd it.
But when an even flame two hearts did touch,
      His office was indulgently to fit
Actives to passives. Correspondency
Only his subject was; it cannot be
      Love, till I love her, that loves me.

   But every modern god will now extend
      His vast prerogative as far as Jove.
To rage, to lust, to write to, to commend,
      All is the purlieu of the god of love.
O! were we waken'd by this tyranny
To ungod this child again, it could not be
      I should love her, who loves not me.

   Rebel and atheist too, why murmur I,
      As though I felt the worst that love could do?
Love might make me leave loving, or might try
      A deeper plague, to make her love me too;
Which, since she loves before, I'am loth to see.
Falsehood is worse than hate; and that must be,
      If she whom I love, should love me

sábado, outubro 03, 2020

'show de estreia' ou '1 ano sem você'

Hoje sonhei com você e acordei com um nó na garganta. Eu estava numa galeria, ajustando os ultimos detalhes para alugar uma loja, falando com as pessoas, conhecendo o local. Nesse espaço tinham varios cubiculos e na entrada principal via-se um palco duplo de uma casa de show escondido por uma cortina atrás de uma bancada em que ficava o bar. Estava acontecendo um show, entao eu e minha irmã, que tinha ido comigo visitar o novo estabelecimento, nos juntamos à plateia formada pelas pessoas da fila de entrada, as cortinas se abriram para que fosse visto de fora a banda que estava para entrar em poucos minutos. Era você, começou a tocar a "nossa" música, que convenhamos nao é a melhor música que você compôs. Eu estava sentada no chão, ouvi a sua voz e olhei pra cima, você me viu e seus olhos ficaram vermelhos, sua voz saindo pelos auto-falantes começara a tremer, a gente cruzou olhares apenas uma vez e eu percebi que não deveria estar ali.  Levantei com a cabeça baixa e fui saindo rapidamente enquanto fechavam a cortina de novo, pois a essa altura você já tinha desistido de continuar a música, e estava apenas dedilhando a guitarra. Lá fora estava chovendo, daquelas chuvas quentes de verão, minha irmã de prontidão parou um taxi e já colocou nossas coisas dentro do carro, foi quando eu percebi que uma lente do meu óculos havia caido. Pedi pro taxi dar a volta no quarteirão enquanto eu fizesse o caminho de volta procurando a lente perdida, ele foi, eu fui, e quando estava quase chegando em você de novo falei comigo mesma:  "perai, isso tem que ser um sonho, eu não quero que seja verdade, não quero voltar pro inferno que é ter você na minha vida" e então a ocordei.

terça-feira, setembro 22, 2020

6 de junho de 2019

A vida ja começou, não tem ponto de partida, deus somos nós mesmos, não foi uma força divina que nos colocou onde estamos, foi o caminhos que escolhemos seguir todos os dias, carater e indole...

segunda-feira, setembro 14, 2020

setembro de 2020

Eu tomo remédios controlados, eles me ajudam bem à dormir. Tem umas vezes que esqueço de tomar e dai já são 4 da manhã e não quero mais por que sei que vou capotar por 8 horas seguidas. Ruim. 

Eu tinha medo que os remédios me deixasse menos criativa e sei que lá, mas, quando eu tomo certinho tenho vários picos de inspiração, até preciso me atentar aos horários de alimentação se não esqueço de comer.

Quando eu esqueço de tomar fico absurdamente mais criativa, mas, nada proativa, começo a me perder nos pensamentos e sempre acaba indo pra melancolia.

Melancolia me deixa apática. Aquelas horas infinitas que vejo passar pela luz do sol, tem um monte de texto sobre isso aqui por sinal.

No fim chego sempre na conclusão que as pessoas vão morrer de um jeito ou de outro... E que eu preciso vê-las "pela ultima vez", fazer ser lindo, pois, elas vão morrer a qualquer momento.

Mas dai lembro que eu não tomei o remédio, eu sei que essa sensação é da falta da substância, ta escrito na bula, efeitos psicologicos colaterais com o uso desregulado. É um processo que precisa muita disciplina.

Sair de una depressão. Talvez eu nunca saia, mas, pelo menos agora eu tô medicada e isso não me deixa pensar por esse lado. Se ao menos eu conseguir produzir.





sexta-feira, maio 01, 2020

rega

Tenho conversas com você enquanto molho as plantas.
Vago.
Todas são em momentos específicos de reencontro.
Algumas maldades são ouvidas no vaso 5.
No 7 eu já desvio o olhar e penso em saídas.
Em algumas dessas conversas a minha resposta foi só bater palmas,
literalmente.
É sempre um grande show se desprender do contexto.
17 vasos depois eu desligo a torneira e saio do ambiente molhado do fim de tarde.

sábado, março 21, 2020

apocalupse


Olha a nóia...pessoas que estão indo pro trabalho vão, eventualmente, numa pandemia desenfreada e por ordem marcial, ficar de quarentena presos por lá. Cada um vai ter que ficar onde está e fodasse, pois, agora não é sobre manter a saúde, mas sim, isolar grupos de contágio eminente, confinando-os e controlando saída e entrada nesses espaços. Fronteiras de paísea, estados e cidades foram fechadas. Médicos e outros magos são convocados para que os hospitals continuem funcionando de emergência. Não tem equipamento para todos, a polícia armada vigia as tendas de saúde ao redor dos hospitais para conter o saque de medicamentos e manter a ordem. Os casos mais graves são intubadas, mas, permanecem em um ambiente sem higienie necessária, por falta de recursos e pessoas saudáveis para trabalhar na manutenção da estrutura de apoio, e então, infecção é o principal motivo de óbito entre os internados. O sistema funerário não dá conta do fluxo de acontecimentos e sobrecarrega. Pânico. Nunca vimos tantos mortos na nossa frente, esperando retirada e evocando a presença mórbida em ter sucumbido ao vírus. Maior galera vai morrer, e quando alguém morrer do seu lado vai bater certeza que você também vai. Você vai entrar em choque ao saber que a sua área é uma àrea de contágio e que será confinada. Daí, todos que tem armas usam pra se proteger do medo de serem roubados ou ficarem doentes. Acabam os suprimentos e só as casas com auto-suficiência em àgua conseguem prosperar. Escassez. Nossas  plantações foram abandonas e pereceram, não existe mais transporte de produção de alimentos, não existe nem sequer essa produção mais. Os animais criados para consumo morreram de inanição, não existem animais para a caça. Aumenta o número de pessoas morrendo de fome. Guerras civís sobre domínio de propriedade dizima boa parte de quem sobreviveu à pandemia. São contruídos bankers cibernéticos para que as pessoas que trabalham com economia flutuante consiga pensar numa solução que continue girando a produção mundial em pequenas comunidades isoladas. Todo mundo perde o emprego e a renda, o sistema financeiro entra em colapso. O preço dos produtos inflaciona e fica impossivel sobreviver como antes da doença chegar. O escambo é feito de modo desordenado e receoso, a população é forçada à migrar pra o mercado digital e se adaptar às novas definições de serviço. Todos que não tem condição de se sustentar nos novos métodos mercantils morrem das doenças que a falta dos sistemas de saneamento, energia e saúde causam. Quem sobrou tem que comprar ou montar bons computadores e geradores pra trabalhar de casa e se sustentar como podem. Sem esquecer que existem hackers... Enfim... de repente robôs fazem entregas, robôs montam os aparelhos que fazem os produtos que agora você precisa e são vendidos on line, robôs vão até a sua casa montam um abiente estéril e operam o seu avô com a coordenação de uma equipe on-line, e agora você tem um avô ciborgue. O uso massivo dos dispositivos eletelrônicos capta todas as nossas preferências de vida, costumes, busca, contatos, situação financeira, saúde e outros dados específicos de cada ser humano que tenha dinheiro o bastante pra se conectar à essa nova rede de consumo. Tchaaaaaaaaaaaan, robôsssss com aparência e personalidade de humanooooos são produzidoooos por robôs com cara de amigo de lata e braços pneumáticos, e agora, você pode ter o seu próprio robô pra viver no fim do mundo. Você nem consegue perceber que são robôs por que não existem tantas pessoas mais que aceitem conviver pessoalmente para comparar. Todos que conseguiram se inserir no sistema, e mantém um alto poder aquisitivo, vive uma boa vida com regalias do passado, e agora além de tudo tem um robô-escravo em que se pode até ser inserido a personalidade da pessoa que você preferir. Sim, o nome é robô-escravo, e essas maquinas de companhia à venda parecem ser apenas mecanismos sem consciência para auxiliar na vida cotidiana de confinamento, mas normalmente assumem o controle psicológico sobre cada indivíduo excluindo-os de qualquer tentativa e pensamento sobre contato entre humanos,  isso por conta da trasmição de inúneras doencas desencadeada pelo alvoroço pandemia. Existe também uma grande vigilância na produção robotizada das frábicas, a segurança é feira por robôs-militares armados, que fiscalizam seus arredores constantemente enquanto robôs-operários produzem sua demanda vinte e quatro horas por dia. Todo esse sistema é controlado através da MAE, uma rede de super-máquinas auto-suficientes situada nas usinas nucleares ao redor da terra, subsidiadas pelos grandes magnatas para gerir a nova era da produção virtual mundial. A inteligência artificial se revela existente há tempos e fica claro que estamos sendo controlados desde o começo. Robôs. Os filmes que vi na adolescencia passam em frente aos meus olhos a todo instante. É claro que eles tem um plano, vão construir alguma coisa, já começaram na verdade, dá pra ouvir os barulhos metálicos ao longe. Provavelmente vamos todos morrer antes de descobrir. Mas, ainda com o pensamento em sobreviver, existem alguns humanos que restaram andando pelo mundo, os imunes, que eram inteligentes o suficiente e capazes de sobreviver à margem da situação pós-apocalíptica. Reza a lenda que alguns deles vivem no meio das florestas, pois a vegetação dominou de novo maior parte do planeta, então deve haver espaço na vida selvagem praqueles que se aventuram, mas, não se sabe muito sobre eles. Outros vivem nas cidades saqueando robôs de entregas e drones com problemas na propulsão, hackeando contas de desprotegidos e se escondendo nas galerias subterrânea de cada região. Na verdabe, tem muitos bankers pelas cidades se for pensar bem, comunidades de nômades radialistas em suma maioria,  eles mantém progamações com notícias, educação e cultura produzida fora alcance dos olhos do wifi. Alguns viajantes passam apenas alguns dias em cada base, alguns ficam mais tempo, pois não de pode manter o mesmo local por muito tempo. A maior parte dos integrantes dessa comunidade clandestina ajuda no desenvolvimento de dispositivos para filtragem de água, criação de drogas sintéticas, conhecimento sobre hidropônia, biologia, medicina alternativa, física, engenharia elétrica, mecânica, música, e claro, a troca de livros. Livros são raridades. As bibliotecas foram os ambientes abandonados mais subestimados, quem foi esperto o bastante pegou os livros certos à tempo, por que todo o incêndio nas revoltas contra as decisōes governamentais durante o começo da pandemia destruíram boa parte do que tinha e tudo que restou migrou pra bolha digital sob controle da MAE. Falando em reaistência, todas as bases do mundo estão se preparando para a segunda invasão, fizemos agora um sistema de fusos horarários para derrubar o sistema central simultaneamente em três das matrizes principais, esquema que descobriram durante o primeiro ato. Muita gente envolvida, inclusive uma boa parcela que nos paga muito bem para que eles fiquem em casa nadando em dinheiro enquanto colocamos nossa cara em frente ao brilho de morte. Faltam 7 dias.

quinta-feira, julho 11, 2019

Util

From Discover on Google https://www.theguardian.com/food/2019/jun/14/how-to-eat-chocolate-brownies

terça-feira, janeiro 23, 2018

Vai

Chegou a hora... Sinto que chegou... Meus pés agitados me mostram que não aguentei... Preciso ir... preciso ser... Fazer algo... Pensar uma vez só e decidir... Abraçar a dor no peito e seguir com ela por aí até achar um lugar lindo em que eu possa solta-la sem querer.

quinta-feira, outubro 19, 2017

Sinais

O dia estava arrastado... 5 da tarde, o calor parecia mais de dentro pra fora do suor que escorria na testa... Digitava loucamente tentando precificar seu esforço próprio, enfim, um ardor bem na sola do pé direito... As pernas cruzadas em posição de índio em cima do banquinho do jardim não possibilitava ver o motivo da pontada. Eis que, ao descruza-las com cuidado,  viu uma vespa presa pelo ferrão, ainda se debatendo contra o ataque de um pé gigante em que esbarrou. Bateu levemente no bichinho que saiu voando desorientado prestes a morrer, por é isso que vespas fazem depois que picam não é?! Morrem?! Ficou ali sentindo o arder cada vez mais agudo, o inchaço começando, o meia da sola do pé ficando vermelha.
Por isso resolveu não sair mais cedo pra lavar a louça deixada pra mais tarde, tomar banho devagar com água fria, certificar-se de qual era a bagunça que teria que arrumar na volta. Foi bom por um lado, mas, o pé ainda doía.

terça-feira, junho 06, 2017

Harry

Sua solidariedade é admirável, mas não torna sua negligência irrelevante.

terça-feira, maio 16, 2017

Don't think twice, it's all right

So long, honey bee
Where I'm bound, I can't tell
But goodbye's too good a word, babe
So I'll just say fare thee well
I ain't sayin' you treated me unkind
You could have done better but I don't mind
You just kinda wasted my precious time
But don't think twice, it's all right

quarta-feira, maio 10, 2017

The ghost of you and I

Quanto tempo será que ele vai demorar para me contar! Quanto tempo mais essa falsa agradabilidade?

Justificativas para a distância... Uma paixão que nunca vai ser... Pensando bem... Já foi, perdeu-se o ponto em que as coisas se costuram....foi.

E agora eu sou a outra... que chega depois da meia noite e vai embora antes do sol raiar... Hah, que irônico.

quarta-feira, maio 03, 2017

Neblina

Estou arrastando a vida com essas horas longe da minha própria cama. Com esses calafrios logo antes de sair o sol na hora mais agradável pros meus olhos.

sexta-feira, abril 21, 2017

D

I've been fall in love for you since 1999 and I just figure out this now.

segunda-feira, abril 17, 2017

Sobre encontros inesperados.

O que dizer das horas em que não dá mais pra falar nada... Um monte de verdades jogadas na cara e alfinetes maldosos fincados nos espaços entre os dedos... traz sua pior personalidade à tona, não é mesmo queridinha?! É mesmo.

sexta-feira, abril 14, 2017

Desapeg...

Estou um pouco mais... Desapegada... Perai... Acho que não.

Sexta feira santa - 4:37

Eu já ouvi que canto enquanto lavo a louça, que devo me sentir feliz em realizar as coisas simples do dia a dia. Na minoria das vezes canto mesmo pela felicidade do fazer, em todas as outras estou apenas cantarolando qualquer coisa pra nao ficar falando sozinha enquanto.

quinta-feira, fevereiro 09, 2017

Msg não enviada

Sabe... Posso até ser indevido mandar essa msg agora... Depois de tanto tempo... À essa hora... Enfim, foda-se... O negócio é que tento, mas não dá... tem milhões de mini coisas que me lembram de você... Tipo agora que fiz um brownie gigante com sorvete e queria que você estivesse aqui cmg ;P fim.

quinta-feira, janeiro 19, 2017

1999

Engraçado esse meu jeito falso-super-verdadeiro de tratar as conversas. Parece que sempre quero algo a mais ... ou a menos. Dá pra perceber quando acham que falaram demais, e, pode ser prepotência da minha parte mais uma vez, mas, depois eles vão embora por achar que é muito real pra engolir, tipo uma ostra semi-viva ainda se mexendo no limão...enfim, o negócio é que as coisas sempre se vão. Talvez, e se talvez....Oh, o que será de mim apenas comigo mesmo?!

sexta-feira, dezembro 23, 2016

Torpe

E pulsam as têmporas, o coração desacelera e eu não consigo mais focar, o sono some, volta, dá voltas em mim, eu desço as escadas no escuro, abro a porta de trás, acendo dois cigarros na sequência, mando notícias pra uma amiga, espero pacientemente o sono voltar, afinal, é férias quase, quase.... Quase voltei 10 anos no tempo.

quinta-feira, dezembro 01, 2016

Shh

E aos poucos vou rompendo todos os laços... Devagar... Em silêncio... Diminuindo expectativas... Aprendendo a guardar as coisas que batem violentamente pra sair de dentro do peito.

quarta-feira, novembro 30, 2016

Abandono

"É só a merda do ciclo de novo" ele disse tentando se convencer que, ao ter passado por isso várias vezes, conseguiria prever o que estava por vir. E então o despertador não foi ouvido, suas horas na cama se estenderam mais uma vez e o sono não pareceu tão bom como de costume. O água do banho desceu por seus cabelos como se passasse por cima de um machucado recém cicatrizado, estava tudo meio amortecido, banho quente...talvez não tenha sido essa a melhor escolha. A comida se embolou na boca e desceu travando. Levantou-se calmamente antes de qualquer outro na mesa, colocou seu prato na pia, deixou tudo como estava e saiu da cozinha tentando não fazer ecoar os passos pesados. Começara de novo então, tudo sem cor, sem gosto, horas a fio tentando sentir o vento no rosto, sem sucesso nenhum. Percebeu que o amortecido não se fazia só no calor e isso o fez estremecer levemente na ponta dos pés. Pensou que as horas voavam junto com o vento, mas quando viu se passaram só 20 minutos. Aquela sensação de que não conseguiria chorar pra aliviar um pouco o peso... um dia todo pela frente.

domingo, outubro 30, 2016

JR

O que poderia ser mais interessante do algo que está pré definido para não acontecer. Algo prestes a explodir. Uma coisa que dá um leve ar de pisar em ovos ao mesmo tempo que traz um grande foda-se ao centro da mesa. Alguns olhares, algumas gentilezas, algum "conte me mais sobre isso, querido." E então pronto.

quarta-feira, setembro 14, 2016

Cliche

Hoje tive um sonho estranho... Fui visitar um conhecido no caminho para a praia, parei por lá e acabei ficando uns dias. Tinha família, mãe, pai, tios, bebês, primos e todo mundo me tratava de um jeito peculiar. Meus pais foram comigo, mas acabavam saindo bastante com a família. Enfim entendi mais ou menos o clima, estava sempre tentando ficar sozinha, mas, sempre aparecia alguém de repente, daí eu saia de canto arrumando as roupas, as pessoas fingiam que não percebiam. Me deu saudade de algo que eu nunca vivi.

quinta-feira, julho 07, 2016

Quando eu tinha 15 anos

Uma vez fui com a melhor amiga da adolescência dar uma volta pelo bairro em que ela morava. Levamos conosco uma touca cada uma, e duas camisetas tamanho G de alguma banda de metal, o que ficava bem grande em meninas magrelas de 15 anos. Fomos andando em direção ao centro da cidade e colocamos nosso disfarce. Começamos a caminhada de um jeito meio estranho tentando imitar meninos e de repente tirávamos a camisetona de cima da nossa roupa normal e o cabelo de dentro da toca , nos "revelando" então como duas meninas estranhas e bobas, que começavam e rir sem parar e corriam saltitando para sua próxima performance algumas ruas de distância. Não sei bem o que isso significa, mas depois desse dia começamos a nos fantasiar de esteriótipos e sair andando por aí, só pra ver como as pessoas reagiam.

domingo, abril 17, 2016

Loucura

Então estava eu na porta da sua casa,
de novo, de noite e um nó na garganta,
da parte escura que a árvore fazia na rua
eu ligava e ouvia seu telefone lá dentro,
e por vezes eu não tive ar, tanto que...
escrevi 37 cartas pra você...
todas diziam a mesma coisa,
hora com rabiscos puxados,
hora com curvinhas nas sobras,
Uma eu entreguei pro seu porteiro,
disse que não sabia o apartamento,
mas, sabia o seu nome e ele te conhecia.
Fui embora. Não sei se ele leu.

terça-feira, abril 12, 2016

tem dias que qualquer: obrigado pelo convite, mas... faz com que meu tchau saia atravessado

domingo, abril 03, 2016

Tinha um sapinho morto no meu quarto hoje. Parecia que tinha morrido há algum tempo, as pernas compridas esticadas e imóveis, um corpinho bem pequeno redondo ressecado. olhei bem de perto enterrei na minha floreira em baixo da janela.

sexta-feira, abril 01, 2016

Um monte de choro escondido em pequenos versos, poemas inteiros, livros antigos com recado nos cantos das páginas, músicas em Ré, cheiro de chuva, cachorrinhos dormindo.... meu coração dando pulos, soluços, desesperadamente se opondo, a minha vontade de não existir vai com o vento da tempestade anunciada que invade meu quarto, meus ouvidos, meus arrepios e calafrios de medo que dá nas solas dos pés.

sábado, outubro 31, 2015

6:11

Pela primeira vez tive dó.
Respirei fundo, decidi os proximos atos e então, certeira, taquei o resto da garrafa de alcool na barata de 5 cm que tentava saber que lugar claro, liso e rosa era aquele banheiro que ela estava.
Em desespero, ela escorregava tentando sair da pia, sem êxito.
Todas as perninhas esperniando o ressecamento entorno.
O cachorro pulava em mim por sentir. nervoso que eu exalava e o nervosismo aumentando e a barata meio tonta finalmente saindo da pia.
Exitei ao fechar a porta quando vi que ela não conseguiria voar, que estava indo pra longe de nós, um tanto quanto obvio se pararmos pra pensar que é apenas um animal fugindo da morte, com medo, repleta de cheiros e barulhos de ódio e nojo.... e dó.
Não aquela dó querendo dizer compaixão.
Dó mesmo, me sentindo superior, com a decisão na mão, vendo o bicho morrer lentamente,  e sabendo que a quantidade de alcool não seria o suficiente pra uma barata daquele tamanho.
E a irmã guinchando ao fundo.. e eu disse logo um shiiiiiiiiu, mas, a mãe já acodou.
Olhando com pesar então,  jogo mais um gole do resto de algo ao alcance, que lembrei que levava álcool na composição e insuficiente de novo.
A mãe foi buscar mais álcool.... eu sabia que podia matá-la mais rápido, agora que não tinha mais medo de olhar a morte, de chegar perto de algo morrendo e ter a certeza que não vai atacar de volta... ou tentar fugir...ela estava sufocando, não é mesmo?
Eu podia matar e não matei.  Podia acabar com o sofrimento naquele instante, mas, não  fiz. Fiquei com dó pelo desespero.. e por saber que não mataria de outro jeito, não, seria lentamente. Olhando.
Brrrr calafrios tardios agora.
Bom, no fim joguei o suficiente e então ela morreu nessa ultima tentativa, quase instantaneamente.
E eu fiquei olhando, não peguei o cadáver, não vou pegar e ninguém pegou.

domingo, outubro 18, 2015

05:03

Vou sentindo que cada ato sai errado...
O tempo desencontrando nas falas...Essa saudade de você que não passa...Chuto com força as paredes de dentro do meu peito só pra ver se aperta menos.... mas, dai aperta mais e eu sinto que nunca serei tão feliz quanto.

quarta-feira, setembro 30, 2015

Ponteiros

ontem a noite eu pensei em um monte de frases de efeito para jogar aqui, todas soltas, e ir organizando racionalmente conforme o pensamento do dia que eu estou agora, estavam claras, muitas até faziam sentido entre si, mas, a conexão que tem nessas coisas eletrônicas não serve pra criatividade espontânea, deveria, mas não, a gente só fica lá perdendo o tempo, vendo ele passar por um contador no canto da tela, as horas indo como se tivessde um relogio bem grande na sua frente, daqueles que não param o ponteiro nos segundos, e, antes de você conseguir contar 59, o ponteiro já está no 3 de novo.

Talvez eu tenha algum ataque cardiaco mais pra frente
e melhor evitar cada vez mais os momentos emocionantes,
vai que numa dessas fotos antigas eu me perco,
entro nas portas e janelas da paisagem ao fundo
e fico lá relembrando como a gente era
quando estava de costas, olhando pra câmera.

terça-feira, agosto 25, 2015

A paixão vem fácil entre os soluços que lembrar da dor faz,
vou tirando as casquinhas dos machucados quase cicatriz.
o coração já aberto e o olhar fixo em você,
desvio e rio pro chão, balanço a cabeça em não,
as coisas começam a rimar e daí ... já foi.


Li em algum lugar: "como a dor de terminar com alguém que você ainda ama". Não foi um texto sobre isso, foi só essa frase, e despertou a luzinha do cliche no meu coração. Daí que luz dentro do coração dói por que lá é sempre tão escuro e cheio de sangue, pulsações ritmadas não estão acostumadas com o calor que dá ser iluminado. Essas luzinhas são é pra se ter na cabeça, que já tá cheio de lâmpadinhas de idéias, sabe?

sexta-feira, julho 17, 2015

Fim de sexta

As vezes eu queria dormir até a epoca em que eu já fiz tudo o que tinha pra fazer nessa vida e apenas lembro de poucos momentos marcantes da juventude, sem reconhecer mais ninguém, com a memória revivendo todos os dias passados como se tivesse acabado de acontecer.

E outras vezes eu queria só acordar e perceber que isso que eu vivo ainda não existiu e eu ainda tenho todo tempo do mundo pra viver tudo de novo pela primeira vez.

Essa mania que tenho de me isentar o presente, minha nossa, a minha própria vida normalmente não é a que estou vivendo.

sábado, julho 04, 2015

Mês de agosto

Eu avisava e ele de pronto respondia:
- pai, a blusa tá do avesso...
- é pra espantar cachorro louco.

sexta-feira, julho 03, 2015

Quinta nublada

O barulho da rua entrou pela janela,
Entre vozes se misturando com as gravações,
Com a musica tocando no andar de cima,
Ouço os pés pousando no chão,
Sinto a vibração dos passos dentro do peito,
Os olhos vão lentamente forçando abrir,
Quando fecham de vez me pego sonhando,
Com o que está aqui fora ecoando por dentro.

Sonho de vento

Sonhei que estava de férias num campo, o terreno era formado por vários níveis, caminhos de terra dividiam o gramado, interligando os casarões espaçados. Eu me via, passando ao fundo, por cima dos ombros de uns meninos que me olhavam de uma colina próxima, sentados embaixo de uma árvore com o vento vindo de trás deles em minha direção. Dava pra perceber que o eu lá longe ouvia tudo que eles falavam, mas, isso eu só sentia, porque eu mesmo não consegui ouvir nada.

Guardei no armário um copo usado,
No fundo dele os restos de suco de maracujá,
E seu cheiro misturado à madeira,
Me trouxe uma lembrança de infância,
Cheiro de doce guardado no fundo do armazém,
A luz palida entrando pelas portas da frente,
O ar parado e frio da esquina de casa,
A poeira subindo lentamente com os passos pesados da avó,
Entre os caixotes a serem organizados num canto,
Na lembranca de algo que nunca vivi.

quinta-feira, julho 02, 2015

...queria que minha casa fosse inteira cama e eu pudesse rolar por aí sem me levantar.

quinta-feira, maio 28, 2015

" Agora o verão  se foi
E poderia não ter vindo
No sol está quente,
Mas tem de haver mais.

Tudo aconteceu,
Tudo caiu em minhas mãos.
Como uma folha de cinco pontas
Mas tem de haver mais.

Nada de mau de perdeu,
Nada de bom foi em vão....
Uma luz clara ulumina tudo
Mas tem de haver mais.

A vida me recolheu,
À segurança de suas asas.
Minha sorte nunca falhou,
Mas tem de haver mais.

Nem uma folha queimada,
Nem um graveto partido.
Claro como um vidro é o dia...
Mas tem de haver mais."

Arseni Tarkovsky

sexta-feira, abril 24, 2015

Pensando em como sempre são 4 da manhã.
há algumas semanas me deparei com um medo,
que não sentia faz três anos de tempo,
e o jeito de ser me fez agir,
como sempre em situações de pânico,
com a velha e boa cordialidade,
falsa intimidade e sorrisos excessivos,
me parece que essa fórmula,
funciona toda vez,
daí, eu fujo.
Estou ha dois dias sem comer, não sem comer nada, mas sem vontade de comer. Preocupada com as dores de cabeça que a falta de comida sempre me causa, acabei com meio litro de leite e o resto da caixa se sucrilhos em porções esporádicas entre uma soneca e outra. Falando em soneca também fiquei sem dormir, as únicas horas de descanso se passaram entre, filmes que já vi e o trocar de lado no sofá, os olhos pesados focando aquela parte que você até já sabe a próxima fala, e então, mais meia hora de suspiros profundos.

terça-feira, janeiro 20, 2015

:OH FUCK

E, ao dirigir muitas horas noturnas na estrada vazia, me veio uma visão. Entre as nuvens pesadas e escuras no horizonte, apareciam mais de perto os avisos de uma tempestade por vir, os trovões silenciosos brilhavam o céu entre um azul ofuscante e um rosa escuro avermelhado, era preciso cerrar de leve os olhos para ver a mudança entre as duas cores. Sem que fosse notado, um sol pálido surgiu entre o canto da janela esquerda e o retrovisor, estranhamente não tinha raio nenhum, era simples um circulo, com o perfeito contorno visível, de luz difusa entre as neblina rala pré tormenta que cobria o amanhecer do dia. Aquilo me tirou todo o foco da chuva que começava a cair ao longe na estrada, chegando rapido a meu encontro, quando menos vi chovia pavorosamente uma leva de granizo, o calor abafado do verão entrava pelas frestas abertas da janela do carro com o início da chuva, o sol se escondeu de novo entre os barulhos que agora atordoavam dentro do carro. O amanhecer escureceu, e dirigi pela noite por mais duas horas.
E te veio a certeza de que eu era só pra olhar, só olhar de longe, enquanto eu me remexia em caras e bocas para você, que sentado no pequeno sofá da sala só olhava.  Simplesmente eu podia fazer o que quisesse, mas, preferia ficar ali, também olhando entre os cabelos que me cobriam o rosto de permeio à uma pose ou outra, os cabelos pretos e compridos emaranhando a vontade de esperar fazer o que fosse comigo. Você só olhava e eu fingia que não sabia fazer nada, eu fingia muito bem e você realmente não sabia o que fazer, afinal, duas pessoas submissas não formam nada mais que uma vitrine.

sexta-feira, dezembro 05, 2014

Ciclicamente a confirmação da minha solidão me alcança, e ingenuamente, pensava eu que cada vez que isso acontecesse seria mais fácil, por já ter acontecido num ciclo anterior, mas, parece que cada vez fica pior, cada vez a dor é mais aguda e mais profunda, percebo na superfície dos outros que não importa o que você é e sim o que você faz pra eles, com eles, tudo por eles, a mesma situação se repetindo no lidar com o mundo de humanos egocêntricos, no qual eu me encaixo com certeza, e com certeza vou me fechando no meu mundo secreto, em que conviver com animais me parece muito mais real e sincero, hoje me parece absurdamente a única coisa real e sincera que vivo.

quinta-feira, novembro 20, 2014

Fiquei olhando para frente ouvindo a mesma música por horas, não sabia mais como me mexer, era como se meus braços e pernas não obedecessem mais nada, minha mente parou de responder aos estímulos externos, não chorei nem mudei o foco do olhar, simplesmente, fiquei ali, então escureceu o dia e eu continuei parada.
Mudei cinco vezes essa semana, quando me acostumo com a nova disposição acabo pensando em você de novo.
Está há uma semanas sujo, o apartamento inteiro, depois que ele se mudou perdi minha vontade de mudar as coisas de lugar, parece que se continuar como está a presença permanece, mas... está sujo.

Não consigo visualizar os móveis em posições diferentes. Preciso me mexer, estar, pensar sobre, mudar os móveis de lugar ... me atraso.



quarta-feira, novembro 19, 2014

Debaixo da luz à pino via que os pêlos eram claros, cabelos, barba, cílios, tudo num tom dourado postos perfeitamente em um rosto liso, sem marcas.

Com aquela luz vindo de cima, seus olhos brilharam de excitação, olhava pra ele como se fosse a primeira vez estranhando perceber suas feições e cores como se as nunca tivesse notado antes, principalmente por ser tão familiar.

Gostaria de passar o tempo todo junto dele, mas, o motivo não era pela presença constante, e sim o fato do encontro ser depois de alguns bons momentos separados.

A estranheza cobria seus sentimentos como se tivesse que conhecê-lo de novo, mesmo sabendo como ele agiria aos mais variados estímulos, mesmo sabendo que poderia agir normalmente em sua presença.

Então se fez presente, o máximo que pôde. Não foi muito.

sexta-feira, outubro 31, 2014

eu sabia

Ah, aquelas promessas que só existem quando não se tem mais nada pra fazer além de ver alguém suspirando por você, é tipo uma mentira pronta pra viagem (e me vê duas, por favor), bonito por fora e mais barato por ter o prazo de validade vencendo, a vida simplesmente vai e os fungos vão tomando conta, se estiver fechado não dá pra sentir a podridão aumentando, aumentando, assim vai ficando no fundo da geladeira, enquanto coisas novas entram e saem rapidamente, só esperando pra ser jogado fora.

terça-feira, outubro 07, 2014

sinto o descolar lentamente,
e pela lentidão não se sente doer,
só decepcionar, mas, isso não dói,
por que é algo esperado e só,
a confirmação de algo que já se sabe,
dessas coisas de ser mais fácil tirar devagar,
por que tira a cola junto e não sobra nada,
ao contrario de um curativo,
que é melhor arrancar de vez,
no olhar a carne exposta que assusta mais,
do que a dor sentida instantes antes.

quarta-feira, setembro 17, 2014

O que precisa para não querer mais sair da porta de casa é bem simples. A quantidade de afazeres acaba revelando um mundo mais real aqui dentro e as pessoas vem para aumentar a atmosfera que crio com fumaça e luz indireta. Sou dessas familias que se juntam em volta duma mesa de cozinha, compartilham os momentos com petiscos e risadas até que chegue a hora de dormir. E continuando a tradição amaldiçoo minhas visitas como uma bruxa má que engorda criancinhas. A maldição é preguiça, gula, luxúria, avareza, ira, soberba e vaidade. E todos se saem muito bem, obrigada.

sábado, agosto 23, 2014

Tô com aquele agasalho que você me deu há dois dias ... acho que ele aguenta mais uns dez.
Sinto que a vida vai me levar pro caminho de te seguir de novo, esperando mais uma vez pra algo piscando verde ali no canto mais escuro da sala, enquanto me cubro de cobertores, cachorros e pacotes de bolacha pela metade.

sexta-feira, agosto 22, 2014

Afinal, os dentes rangendo não pareciam mais tão ameaçadores e qualquer quebra não estava em vista depois de todo o calcio que conseguiu acumular dentro dos seu corpo.

quinta-feira, julho 17, 2014

Enfim, a sós, re-decorando poses e plantas entre azulejos da cozinha fria que tenho no meio do inverno, me perdi na possibilidade de todos os ângulos que o ambiente me dá, e vi, lentamente o sol passando pela parede, marcando os 15 em 15 minutos de espera, respirei fundo umas quatro vezes, fundo, e se voltar pra lá, agora, antes de sair pra um horário mais quente do dia, vou acabar esquecendo de novo que, de noite, vai acontecer a mesma coisa.

quarta-feira, junho 25, 2014

"Todos aqueles que fizeram grandes coisas, fizeram-nas para sair de uma dificuldade, de um beco sem saída"

terça-feira, junho 24, 2014

Vou sentido nos dedos 
por dentro e mais me parece 
o que o frio dá no osso,
mas, acho que é só a falta, 
ou lembrança, 
do peso/apoio,
da janela abrindo,
do teso do olho,
do não querendo,
proporcionalmente
encaixando, nuns dois 
números menor que você,
perfeitamente e comprovado
em comparação no rapido
reflexo do vidro da janela,
pisco que me deu,
no suspiro e semi cerrar
dos olhos, repara só,
a luz que refletia o que
de antes e longe se via,
a esperança que dava,
algum lugar pra segurar,
quando todo resto
não se sentia muito, mais. 



ANGELA CARTER, "The Lady of the House of Love"

"Um conto de Deuses Americanos
Ela mesma é uma casa mal-assombrada.
Não é dona de si própria; seus ancestrais às vezes aparecem e
olham das janelas de seus olhos, e isso é muito assustador. "

segunda-feira, junho 16, 2014

E sentindo de novo que a preocupação é mínima diante dos atos necessários, finjo que esperança ainda existe, passeio despreocupada e atenta pelos lugares que nunca estive e que deveria ter passado antes. Penso que tenho muito o que fazer e os dias passam como os anos que se passaram até agora, com aquela sensação que só se sente a dor depois que o corte começa a sangrar, mas, o corpo está tão quente que só é uma leve ardida no braço que foi arrancado sem perceber. E se para pra pensar muito esses tais de distúrbios mentais, muito comuns nessa nova época da vida do mundo,  afloram, e meus pés não descolam do chão. Meus desenhos foram virando rabiscos empilhados no canto de uma cômoda qualquer, meus fios de cabelos brancos lutando, contra minha ainda juventude, pra sair depressa, minhas memórias ficando longe, longe.

quarta-feira, maio 07, 2014

Tenho sonhado ultimamente,
desses sonhos agitados que me fazem girar na cama,
quando acordo todos os travasseiros estão jogados por ai,
e paira aquela sensação de que tudo foi verdade,
me vem a vontade de voltar pra casa,
vem a certeza que esta não é a minha casa,
um medo me toma conta e tudo ganha chão.

terça-feira, abril 22, 2014

Não mais que de repente,
me vi metade de algo,
que, há anos, é
algo que nunca foi,
nunca foi e ainda assim é,
por que o não ser, é sim,
um estado do ser,
principalmente,
quando tanto não,
é tanto quanto o ser,
e por isso, sei que é,
daí que esse não,
se condicional ou
se ao caso um chão,
se sinto por acaso
ou se pelo o incerto,
que seja, o que for,
sinto de qualquer jeito,
e sempre é um sim.




quarta-feira, março 19, 2014

e ponto final ...

foi o que o coração disse recentemente, pra meu assombro,
usando a fala dele mesmo, em batidas ritmadas,
bem rápidas, ecoando em todas as veias,
fazendo pulsar a têmpora esquerda,
dando pulinhos de estranheza,
bem diferente de amor,
e ponto final
.

terça-feira, março 11, 2014

...adultos que, debaixo de um verniz de doçura, ruminam intenções vingativas...
Levo o fardo de sentir uma alma romântica,

e não estou falando aqui em romance,
como histórias contadas e relatos baseados
em qualquer coisa real ou inventada, não,

estou falando em ter um quê de piegas
pairando o tempo todo à realidade,
transformando tudo em ridículo,

o volume todo pesando sobre
todos os amores que já tive,
sobrepondo e acumulando,

sim, mais de um, sempre foi,

ainda é e sempre será ao mesmo tempo,
por que passa da ideia definida de
que só amamos uma vez na vida,

amo o tempo todo, todo,
cada brilho formando no olho,
cada detalhe emociona forte,

e assim amo de novo e de novo,
por não saber controlar, talvez,
por não saber a hora de parar, também,

mas, não sinto vergonha por sentir vergonha,

me abalo em tratar tudo como se fosse
a última vez, e o nó na garganta vem,
quase diariamente se parar pra pensar

direito no que sou capaz de sentir,
não que o resto do mundo não seja,
sabe, não é prepotência, é amor,

sinto a reação física disso à exaustão,
um pouco diferente das pessoas a quem pergunto,
amo sem a menor dúvida, sempre,

cada momento que transformo em mágico,

e amo como amo a magia,
o fantástico sem leis naturais,
tiro da vida qualquer lei

que não seja o amor, é triste,
com o passar dos anos,
nessa virada dos quase trinta,

percebendo seres humanos
como indivíduos distintos de grupos,
não preciso mais que você saiba,

que levo isso pra sempre, desde sempre.

terça-feira, março 04, 2014

A timidez evita muitas coisas na minha vida, trava alguns músculos bem na hora da incerteza,
faz balbuciar, com pausas dramáticas demais, palavras de aceitação e falso desdém pelos acontecimentos
momentâneos, coloca no lugar a tal cordialidade irreal e cheia de piadas sem graças, tropeços no ar,
risadinhas de desespero, uma lista ou outra de afazeres diários e planejamento de férias, enquanto o terror noturno aleatório aumenta conforme a passagem do tempo, mas, uma coisa eu aprendi com tudo isso, se a gente não ligar, provavelmente ninguém ligará também, e isso, hah, isso é uma coisa impagável, conseguir perceber, na omissão que essa timidez me causa, que o afeto era unilateral, não precisamos falar mais nada, dai é só ir embora em silencio.

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

E o bater de portas me fez ouvir mais alto por alguns instantes,
deve ser adrenalina que ajuda o prestar atenção no som ambiente,
e com essa super audição o ouvi respirando alto, com seus chiados,
gatinhos dentro do peito carregado, anos de fumaça morna, espessa.
Inspirou calmamente como se aqueles ruídos nem existissem, e de fato,
não existiam fora a clareza que um medo causa, clareando os cantos,
o som que ecoa com mais força pela luz rebatendo na parede branca.
O medo me é claro, um clarão para dizer bem dito, quase explosão de luz,
que cegando por instantes me faz ouvir mais claro, mais ao fundo,
mais tato, com menos sangue nas extremidades que vão ficando frias,
mais rugosidade no toque dos dedos dos pés que normalmente nada sentem,
a não ser seus macios sapatos e meias do dia a dia, a rotina que não tem medo.
Mas, no momento mesmo, da brancura ressonante cheia de calafrios,
ouço tudo aquilo que não se quis dizer e descansa com os gatinhos,
dormindo calmamente dentro do peito enlacrado e escuro.

Sem Aviso - Clarisse Lispector - Aprendendo a Viver

"...E quando nos álbuns de adolescentes eu respondia com orgulho que não acreditava no amor, era então que eu mais amava; isso eu tive que saber sozinha. Também não sabia no que dá mentir. Comecei a mentir por precaução, e ninguém me avisou do perigo de ser tão precavida; porque depois nunca mais a mentira descolou de mim. E tanto menti que comecei a mentir até a minha própria mentira. E isso - já atordoada eu sentia - isso era dizer a verdade. Até que decaí tanto que a mentira eu a dizia crua, simples, curta: eu dizia a verdade bruta."

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Ah,
na imensa capacidade
da auto-ilusão,
acabo me confundindo,
de qual parte era real,
e qual era você.

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

conversa canina

Hoje fiquei por cinco horas olhando pra você, que silenciosamente gritava por ajuda enquanto tentava sem sucesso falar alguma palavra que fosse. Eu gritava alto do lado de fora da sua cabeça, te chamando pra sair dela e viver aqui fora comigo ... não deu certo.

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Medo

Com corpo ainda quente, saiu na ponta dos pés, abriu a porta com cuidado e a fechou rapidamente atrás de si tentando não fazer nenhum som que a revelasse. Ao invés de lutar como de costume, fugiu olhando pra trás de vez em quando, correu pra longe e não, não contou pra ninguém. Durante dez dias as dores invisíveis foram sentidas em pequenas marcas pontuais, palavras foram decoradas no espelho e o escuro foi interligando os fatos nas noites que ficavam cada vez mais curtas. Por fim estava lá, como o combinado, esperando nos intermináveis minutos de coração disparado. Mas, quando chegou mesmo a hora os olhinhos foram enchendo, se desculpou por ter agora um monte de medo preso no peito, engoliu o choro e escondeu metade do rosto molhado no monte de travesseiros amassados num canto da cama recém arrumada.

quinta-feira, janeiro 23, 2014

Oh, ne me faites pas pleurer pour vous.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Oh

Nada é muito risada,
é mais o nervoso.
No seu esplendor
vira um altar.
Suntuoso como não
deveria ser e jamais foi.
Fico imaginando
que acreditei.
As historias alheias
que apenas bajulam.
Que bobeira
de adulto que virei.

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Então,
ouviu-se
meu
coração
pulando
uma
batida,
por
você.
O ócio que permeia decisões prorrogadas,
a maldita mania de bater os pés no chão
esperneando pra você mesmo
que o mundo conspira e essa baboseira,
por mais que não seja, parece que é,
então de novo e de novo,
tenho preguiça e prefiro dormir
com nosso ar de auto-piedade pairando,
entre nós dois, preenchendo o que falta,
a primeira vista um sonho a parte,
a segunda, a necessidade por inteiro
da decisão certeira e agora,
ou tudo,
ou fora.

sexta-feira, dezembro 27, 2013

Sobe um ar 
gelado na espinha,
a nuca força o olhar pro chão,
parece até 
de propósito,
mas, juro, 
juro mesmo,
que é incontrolável,
e olha que não sou
de jurar e prometer,
mas, o coração bate 
que quase não aguenta,
e...
presunção da minha parte,
me parece que 
sempre 
sempre esteve assim,
esperando,
sem luz.

quarta-feira, dezembro 18, 2013

São apenas coisas
pra se esperar,
e eu espero
muito bem, obrigada,
consigo não me mexer
no enquanto.
Fico apenas ouvindo o leve
virar de pagina,
bater de xicaras na mesa,
voar do lado de dentro
preso no canto esquerdo,
batento violentamente contra o virdo,
veja bem, me sôa violento apenas
por que estou parada olhando.
Eu mesmo não faço barulho,
talvez de coração e
cigarro demais fazendo efeito
na traqueia cheia do ar pesado,
mas, nada que abafe
a mosca violenta, tentando
fugir de um torrão de açucar.
Ela grita de pavor e ninguem
ninguem ouve, o dia de vida
único prestes a acabar,
pro dia seguinte virar,
junto com pó da tarde, lixo.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Do you mind?

A pesquisa foi em vão,
de certo que sem afinco,
mas, a idéia continuou,
...
então
...
um dia alguem disse
que quando se apaixonasse
não conseguiria mais fazer arte
...
e não é!?
O mais estranho,
é estarmos flutuando
no nada e em volta
de uma bola de fogo,
e tenho dito.

segunda-feira, novembro 11, 2013

Então achou que mudaria alguma coisa testada,
aquela que se preparou por anos até que tivesse coragem,
decidiu e ponto, soou como uma coisa bem mais definida,
diferente aos olhos, menos carnal talvez,
mas, percebeu que o escrito estava errado,
que a interpretação dos fatos valeu mais do que
o que, poderia ser chamado de feitos, o que
uma simples receita para deixar seu estomago
mais confortavel a todas as coisas que entram borbulhando,
gases acidos subindo dentro do pescoço,
os ossos esmigalhando de trás do rosto vermelho esquentando,
incontrolável e já se passaram das duas,
todas as coisas que achou que falaria e não.

domingo, outubro 13, 2013

Foi tocando os mesmos sons.

O barulho do ventilador oscilando de leve,
quando entra algum plastico de cigarro,
aquele que sempre acaba voando 
pra algum lugar que a gente nunca acha.

Um suspiro ou outro entre os intervalos
de algum filme plano de fundo qualquer na televisão.

O latidinho do cachorro sonhando a tarde ensolarada,
do domingo cheio de gente, com mesa farta, 
olhinhos fechando cansados, 
de amor e a quase satisfação. 

A luz mudando aos poucos de uma ventania clara
praquelas lampadas de luz amarela,
refletindo na parede branca,
entardecendo a sala junto.

Mais convidativo pra ficar mais,
uma horinha quem sabe...
Até ficar de noite e as luzes parecerem apenas abajures 
de um lugar que deveria ser mais claro. 

A fumaça foi com a exaustão do ar,
passando direto por mim, cheia de sustos com pulos,
fechando um dos olhos de vez em quando,
a visão escurecendo nas bordas,

e esse medo de não ver mais.

segunda-feira, maio 20, 2013

Faithless - City And Colour

Please believe in what I say

Cause i'm running out of ways to convey

This lack of faith in myself

That's becoming my own personal hell


Vicious coldness settles in

And my bones feel like they're breaking through my skin

Well god damn you, you're feeding on my loneliness

What an awful way to live

What a way to live


Get me out of this place

'Cause I'm stuck in a rut and I can't stomach the taste

My lungs are filling up with dust

I feel bruised and broken with no one left to trust


Vicious coldness settles in

And my bones feel like they're breaking through my skin

God damn you, you're feeding on my loneliness

But i will not let you

I won't let you in

segunda-feira, abril 29, 2013

Desculpe a má educação, mas...cê tem que ver que foda-se.

quinta-feira, abril 18, 2013

Descobri que meu limite são três drinks, mas, tem que ser aqueles na taça, pra fingir o glamour da minha própria depressão, convenhamos, fica muito pior tomar drinks em canecas em baixo de um cobertor, mesmo por que, nessa situação o limite teria que diminuir.

quarta-feira, março 27, 2013

saudades

Medo de não ter mais tempo.

Pra fazer o que deveria ser feito,
faz meus olhos arderem,
com lágrimas que não rolam,
mas, mostram que no mínimo
essa água salgada nos olhos,
consigo controlar sem tentar.

Entre aspas tudo isso,
me apropriando do que
já não é meu, e arrisco
que nunca mais será,
a medida que vou lendo,
e ouvindo, vou... só.

Regorgitando coisas dos outros,
idéias dos outros, outros sempre,
esses outros que tem o poder
de me fazer sentir mais
do que eu mesma me faço,
mas, seu também, mais seu.

Você olhando pra mim,
com espanto e amor,
apesar de tudo, a pesar tudo,
que é novo toda vez,
aí lembro das melodias
que saiam de você.

Por mim, tudo por mim,
o medo por mim,
o medo de esquecê-las,
as canto pelos cantos,
todas as noites que
não consigo dormir.

Preciso lembrar de você.

domingo, março 03, 2013

Damn, girl!

Nada com unhas e dentes faz mais sentido.... meu unico, e solitario, amigo.

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

douchebag


An individual who has an over-inflated sense of self worth, compounded by a low level of intellegence, behaving ridiculously in front of colleagues with no sense of how moronic he appears. 

O problema que é querem que aconteça  só quando eu não quero ... isso dá pra entender? acho que dá, sempre dá...nada, finjo que não quero um pouco disso, um pouco daquilo, só pra entrar  na brincadeira de quando estou presa  fingir querer me soltar só pra alguém suspirar e dai vira rima, mas,  eu não vou, quem vai?! 

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Tadá

Gosto de assistir trailers de filmes que nunca verei,
só pra imaginar como eu viveria a história, daí,
sempre se tornam um drama romântico de merda,
e no final todo mundo morre, fim.

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

I went in

A little hope tonight
It was small
But it was all I needed
A split second when
We both lost control

It wasn't just me

It wasn't just me
We stopped in the street
And you stopped breathing
Your head tilted back
Heart attack

You closed your eyes
And opened your mouth
I went in
When nothing came out
You closed your eyes


Why are you afraid of me?
Afraid to be alone with me?
You know I'll ask
And then you'll crash
Now I know why you're afraid of me

quarta-feira, janeiro 30, 2013

wearing old hoodies

Arde forte na barriga,
dá pra ouvir barulhos,
nervosismo, ansiedade,
tenho calor e frio invertidos,
de tanto, mas, tanto...
medo acho, achado,
não fecho mais os olhos,
no susto deixo-os abertos,
vejo cada detalhe,
por pior que seja, e é,
cada detalhe pior,
roubam coisas de casa,
mas, depois devolvem,
é tipo pegar emprestado,
só que não,
me força a decorar,
todos os objetos de valor,
sentimental barato,
todas as nuances e tons,
pra bater o olho e perceber,
alguma cor faltando,
nunca percebi nada,
nunca decorei nada,
na da verdade,
na da mentira,
decoro nada mesmo,
só acredito.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

enfadonho

Toda inspiração corta 

a carne com um soco.

Arde e sangra, fica dolorido 

só por um bom tempo,

Aquele espaço de tempo

da rouxidão dum hematoma,

que, no sadismo,

adoro cutucar pra me ver gritar,

contorcer por dentro até transbordar.

Porque não chega a ser um choro,

não possui a força do chorar,

contrair a barriga e dobrar,

é um preenchimento da dor,

necessidade, que passa na hora.

que vai enchendo enchendo.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Porém...

Engraçado o meu contar de tempo nos textos,
pois se fazia comum no horário da publicação.
Em poucos dias, num filtro amadurecido,
(entenda-se também como loucura),
tirei de circulação os que incomodavam.
E as datas todas mudaram, e agora
só recordo dos mais importantes.
Perdi a referência do tempo e espaço
dos últimos 6 anos e todos se confundiram.
Depois de pensar em datas e horas,
lembrar vagamente dos meses,
percebi que nisso tudo,
tudo me parece igual.

terça-feira, setembro 18, 2012

The Rotter's Club

" ... e a mensagem que ela havia escolhido era de uma simplicidade mágica e perfeita. Talvez por isso tivesse sentido que a mensagem era pra ela, só pra ela."


e agora eu deveria abrir a minha alma e me comover com a sua inesperada declaração e gotas de chuva contra o sol e arco-iris formando na minha parede e cheiro de bolinhos prontos no forno e por do sol rosa e amanhecer laranja e todas essas coisas que o amor aflora na minha mente, mas, não vou... por que sozinho ninguem sente nada além de saudades e fim.

terça-feira, setembro 11, 2012

" o sol de sábado


O sol de sábado veio cedo em uma manhã
Em um céu tão limpo e azul

O sol de sábado veio sem aviso
Então ninguém soube o que fazer

O sol de sábado trouxe pessoas e rostos
Que não pareciam estar em seus dias
Mas quando me lembro daquelas pessoas e lugares
Eles eram realmente tão bons em seus caminhos
Em seus caminhos
Em seus caminhos
Sol de sábado, não virás me ver hoje?

Pense sobre histórias sem razões e rimas
Circulando sobre seu cérebro
E pense sobre pessoas em suas estações e no tempo
Voltando novamente
E novamente
E novamente
E o sol de sábado transformou-se na chuva de domingo

Então o domingo cobriu o sol de sábado
E entristeceu-se por um dia que se foi

you shouldn't mumble when you speak


temos que entender sozinhos que boa sorte não eh um conselho