domingo, outubro 30, 2011

Nessas vezes, que tento ser o que já sei que posso, nada, nunca, vai de acordo com o plano. Isso se realmente tiver um, ou qualquer um, que possa me segurar por algum objetivo. Que seja, no mínimo, ser. Mas, não parece ter nenhum, por que, no momento que meu estômago dá um pulo forte, ao invés de sorrisos, crio demônios, e isso, me diz tudo que eu preciso saber.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Confissão

Desculpe-me a confusão, 
(e esse desculpe é realmente desses de tirar a culpa), 
sei que isso não se pede, 
mas, 
de repente, toda a vida que conhecia evaporou, 
minto, minto, 
não foi de repente, foi gradualmente, 
evaporando lento e triste, mas, 
uma vez vapor, as coisas foram rapidamente indo, 
uma seguindo a outra, 
sei que é assim mesmo, 
tudo se atropelando
e ... que seja, 
mas, na falta que sinto, 
nesse vazio árido, 
não sei encontrar,
nada,
o sol é muito forte, o chão é muito seco, 
tudo é quente e cheio de miragens,
e eu secando ali,
então, preciso de uma mão,
preciso,
uma mão que me guie para lá, 
pro lugar aonde vida exista, 
onde tenha água,
preciso de umidade,
de reflexo,
e essencialmente,
preciso que essa vida toda,
seja minha.
Segura aí, meu bem, por que acho que agora vai, e me segura forte aí, que na ilusão de ir já comecei a andar e fui, daqui a pouco já estou lá e nem saberei onde estava antes, por que, pro antes prefiro esquecer o caminho, não vou, não entro e não gosto, então, me segura mesmo, antes que você também comece a ir.
a vida é uma puta daí você morre

terça-feira, outubro 25, 2011

são dessas coisas sem pé nem cabeça, que ficam perdidas por aí, pedindo ajuda pra saber onde chegar, e, quando recebem, ouvem completamente errado e fogem pro outro lado rolando... já que não tem pé... nem cabeça... então, paro e me pergunto o por que, realmente, dessa coisa estranha passar aqui e pedir ajuda, quando percebo já tô rolando pra algum outro lugar.

quarta-feira, outubro 19, 2011

"Reza por mim, minha mãe, pois não transcender é um sacrifício, e transcender era antigamente o meu esforço humano de salvação, havia uma utilidade imediata em transcender. Transcender é uma transgressão. Mas ficar dentro do que é, isso exige que eu não tenha medo!
E vou ter que ficar dentro do que é."
"Era finalmente agora. Era simplesmente agora. Era assim: o país estava em onze horas da manhã. Superficialmente como um quintal que é verde, da mais delicada superficialidade. Verde, verde - verde é um quintal. Entre mim e o verde, a água do ar. A verde água do ar. Vejo tudo através de um copo cheio. Nada se ouve. No resto da casa a sombra está toda inchada. A superficialidade madura."
"Vê, meu amor, já estou perdendo a coragem de achar o que quer que eu tiver de achar, estou perdendo a coragem de me entregar ao caminho e já estou nos prometendo que nesse inferno acharei a esperança...

...E ao quê - num gozo sem esperança - eu já cedia, ah eu já queria ceder - ter experimentado já era o começo de um inferno de querer, querer, querer... A minha vontade de querer era mais forte do que minha vontade de salvação?"
" O grande castigo neutro da vida em geral é que ela de repente pode solapar uma vida; se não lhe for dada a força dela mesma, então ela rebenta como um dique rebenta - e vem pura, sem mistura nenhuma: puramente neutra. Aí estava o grande perigo: quando essa parte neutra de coisa não embebe uma vida pessoal, a vida vem toda puramente neutra"
" É uma metamorfose em que perco tudo que tinha, e o que eu tinha era eu - só tenho o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta, com os seus planetas e baratas."
" A esperança de quê? pela primeira vez eu me espantava de sentir que havia fundado toda uma esperança em vir a ser o que eu não era. A esperança - que outro nome dar? - que pela primeira vez eu iria abandonar, por coragem e por curiosidade mortal. A esperança, na minha vida anterior, teria se fundado numa verdade? Com espanto, eu agora duvidava."
"Uma rapacidade toda controlada me tomara, e por ser controlada ela era potência. Até então eu nunca fora dona de meus poderes - poderes que eu não entendia nem queria entender, mas a vida em mim os havia retido para que um dia enfim desabrochasse essa matéria desconhecida e feliz e inconsciente que era finalmente: eu! eu, o que quer que seja."

domingo, outubro 16, 2011

o céu se transformou em um teto almofadadado de umidade densa,
com botõezinhos de luz logo acima da minha cabeça,
amarelo, azul, rosa, laranja, verde, tudo em tons pasteis,
como se um gigante de luz usasse uma roupa muito fofa,
e estivesse deitado em cima da gente com o seu casaco úmido,
tentando desesperadamente sair dele e iluminar tudo,
nisso ele umidecia em volta e a cidade perdeu suas luzes pontuais,
tudo ficou difuso e lindo, nossa, ficou lindo mesmo.

sábado, outubro 15, 2011

Olhei,
diretamente
e me assombrei,
cruzei olhares por vezes,

continuava estático,
brilhando ao fundo,
bem ao fundo,
e na frente,

por que,
nisso se tinha
frente e verso
e fundo,

foi ai que me assombrei
e cruzei olhares
com o céu,
pra ter certeza,

refletia de um lugar?
tinha que ter
algum lugar,
mas, não, não tinha,

deixava a névoa,
simplesmente,
ir tomando conta,
transformando

tudo em ...

quarta-feira, outubro 12, 2011

Do you mind?
Great!
So shut the fuck up,
and be nice.

terça-feira, outubro 11, 2011

O que realmente incomoda, nessa falsa solidão, é essa sensação que passo, que eles tem esse poder de confiar plenamente em mim. Isso resguardo, assumo a responsabilidade de que serei deles um eterno confidente e finalizo com um muito obrigada. Por que, realmente me lisonjeio com a sinceridade sórdida, coragem alheia, cumplicidade secreta, ou, qualquer que seja o subjetivo adjetivado. Acolho com entusiasmo e guardo tudo como se fosse meu maior crime, as mentiras reveladas em lágrimas com risos. Mas, a recíproca não é (realmente) algo que seja dito e possa ser feito, pois, a cada vez que tento confidenciar fantasmas guardados eles saem voando depressa pelas janelas, portas e tudo mais em que se for possível passar. O melhor é, estou aprendendo a reconhecer, no brilho trêmulo dos olhos assim que as revelações vem à tona, quando falei demais. Por isso guardo aqui dentro, todas essas estórias que não posso contar somadas à todas as histórias que não devo contar.

segunda-feira, outubro 10, 2011

4

agora que percebi
escrevo,

como se continuasse
um assunto inacabado
que ninguem sabe,

por que
não comecei
do começo,
comecei
do meio,

pra não falar demais
sobre todas as coisas
latentes e ....

agora que percebi
sinto.

Então na dúvida me corroí levemente, mas, sei muito bem que, se realmente aguardasse por algo e isso acontecesse, não saberia o que fazer, como não soube até agora, é muito estranho a reciprocidade me assustar um tanto assim, como se na fuga desesperada do consentimento eu o espera-se mais do que nunca, isso que não chamo pelo nome de Meu por que é Seu.

domingo, outubro 09, 2011

















sabe ... acho o medo lindo.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Sometimes (I wish)

Sometimes I wonder why
I'm so full of these endless rhymes
About the way I feel inside
I wish...
Sometimes...

quinta-feira, outubro 06, 2011

sentir me basta...
o foda é ter essa puta necessidade de falar.
Não é que eu esteja
procurando algo 
pra enquadrar 
e chamar pelo nome, 
apenas quero reconhecer 
um olhar que siga 
em linha reta,
com sorrisinhos
de canto de boca
que faz desviar,
pensar duas vezes,
e sair andando reto
de novo.

quarta-feira, outubro 05, 2011

acaba nessa falta de cor,
com uma cumplicidade,
incomum e subentendida,
não preciso perguntar,
nem responder nada,
fico parada vagando,
na sua inocencia obscura,
sinceramente sorrindo,
aqui dentro de mim,
ai dentro de você.