quarta-feira, março 19, 2014

e ponto final ...

foi o que o coração disse recentemente, pra meu assombro,
usando a fala dele mesmo, em batidas ritmadas,
bem rápidas, ecoando em todas as veias,
fazendo pulsar a têmpora esquerda,
dando pulinhos de estranheza,
bem diferente de amor,
e ponto final
.

terça-feira, março 11, 2014

...adultos que, debaixo de um verniz de doçura, ruminam intenções vingativas...
Levo o fardo de sentir uma alma romântica,

e não estou falando aqui em romance,
como histórias contadas e relatos baseados
em qualquer coisa real ou inventada, não,

estou falando em ter um quê de piegas
pairando o tempo todo à realidade,
transformando tudo em ridículo,

o volume todo pesando sobre
todos os amores que já tive,
sobrepondo e acumulando,

sim, mais de um, sempre foi,

ainda é e sempre será ao mesmo tempo,
por que passa da ideia definida de
que só amamos uma vez na vida,

amo o tempo todo, todo,
cada brilho formando no olho,
cada detalhe emociona forte,

e assim amo de novo e de novo,
por não saber controlar, talvez,
por não saber a hora de parar, também,

mas, não sinto vergonha por sentir vergonha,

me abalo em tratar tudo como se fosse
a última vez, e o nó na garganta vem,
quase diariamente se parar pra pensar

direito no que sou capaz de sentir,
não que o resto do mundo não seja,
sabe, não é prepotência, é amor,

sinto a reação física disso à exaustão,
um pouco diferente das pessoas a quem pergunto,
amo sem a menor dúvida, sempre,

cada momento que transformo em mágico,

e amo como amo a magia,
o fantástico sem leis naturais,
tiro da vida qualquer lei

que não seja o amor, é triste,
com o passar dos anos,
nessa virada dos quase trinta,

percebendo seres humanos
como indivíduos distintos de grupos,
não preciso mais que você saiba,

que levo isso pra sempre, desde sempre.

terça-feira, março 04, 2014

A timidez evita muitas coisas na minha vida, trava alguns músculos bem na hora da incerteza,
faz balbuciar, com pausas dramáticas demais, palavras de aceitação e falso desdém pelos acontecimentos
momentâneos, coloca no lugar a tal cordialidade irreal e cheia de piadas sem graças, tropeços no ar,
risadinhas de desespero, uma lista ou outra de afazeres diários e planejamento de férias, enquanto o terror noturno aleatório aumenta conforme a passagem do tempo, mas, uma coisa eu aprendi com tudo isso, se a gente não ligar, provavelmente ninguém ligará também, e isso, hah, isso é uma coisa impagável, conseguir perceber, na omissão que essa timidez me causa, que o afeto era unilateral, não precisamos falar mais nada, dai é só ir embora em silencio.