sexta-feira, janeiro 31, 2014

Medo

Com corpo ainda quente, saiu na ponta dos pés, abriu a porta com cuidado e a fechou rapidamente atrás de si tentando não fazer nenhum som que a revelasse. Ao invés de lutar como de costume, fugiu olhando pra trás de vez em quando, correu pra longe e não, não contou pra ninguém. Durante dez dias as dores invisíveis foram sentidas em pequenas marcas pontuais, palavras foram decoradas no espelho e o escuro foi interligando os fatos nas noites que ficavam cada vez mais curtas. Por fim estava lá, como o combinado, esperando nos intermináveis minutos de coração disparado. Mas, quando chegou mesmo a hora os olhinhos foram enchendo, se desculpou por ter agora um monte de medo preso no peito, engoliu o choro e escondeu metade do rosto molhado no monte de travesseiros amassados num canto da cama recém arrumada.

quinta-feira, janeiro 23, 2014

Oh, ne me faites pas pleurer pour vous.

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Oh

Nada é muito risada,
é mais o nervoso.
No seu esplendor
vira um altar.
Suntuoso como não
deveria ser e jamais foi.
Fico imaginando
que acreditei.
As historias alheias
que apenas bajulam.
Que bobeira
de adulto que virei.

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Então,
ouviu-se
meu
coração
pulando
uma
batida,
por
você.
O ócio que permeia decisões prorrogadas,
a maldita mania de bater os pés no chão
esperneando pra você mesmo
que o mundo conspira e essa baboseira,
por mais que não seja, parece que é,
então de novo e de novo,
tenho preguiça e prefiro dormir
com nosso ar de auto-piedade pairando,
entre nós dois, preenchendo o que falta,
a primeira vista um sonho a parte,
a segunda, a necessidade por inteiro
da decisão certeira e agora,
ou tudo,
ou fora.