quarta-feira, outubro 26, 2011

Confissão

Desculpe-me a confusão, 
(e esse desculpe é realmente desses de tirar a culpa), 
sei que isso não se pede, 
mas, 
de repente, toda a vida que conhecia evaporou, 
minto, minto, 
não foi de repente, foi gradualmente, 
evaporando lento e triste, mas, 
uma vez vapor, as coisas foram rapidamente indo, 
uma seguindo a outra, 
sei que é assim mesmo, 
tudo se atropelando
e ... que seja, 
mas, na falta que sinto, 
nesse vazio árido, 
não sei encontrar,
nada,
o sol é muito forte, o chão é muito seco, 
tudo é quente e cheio de miragens,
e eu secando ali,
então, preciso de uma mão,
preciso,
uma mão que me guie para lá, 
pro lugar aonde vida exista, 
onde tenha água,
preciso de umidade,
de reflexo,
e essencialmente,
preciso que essa vida toda,
seja minha.

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