segunda-feira, janeiro 02, 2012

ler muito me deixa assim

Dirigi como se fosse pra outro lugar,

tentamos umas duas vezes,
a escolhida foi a segunda alternativa,
(na verdade apenas por imprevisto que não foi a primeira)

enfim, chegamos em algum lugar bem agradável,
antes do algum outro lugar,
por que não parar?
andar alguns passos na terra
e sentar num muro de pedra qualquer,

rolha, cigarros e luz da lua,
que lua,
que aparecia de vez em quando
em nuvens cinzas e raios no céu,

só ao longe agora,
e nossos pés pendiam do muro alto
pra um pasto recem molhado,

o nublado deu a impressão que
você me dançava para o fim do amor,
indo ao longe em algum lugar escuro,
umido, cheio de sombras e branco difuso,

o fim do que é, simplemente,

e meu coração encheu de esperança
ao simplemente ver que existe o nada,

depois do fim,
o nada,

que simples deixa de ser algo
e passa a ser conjunto de uma coisa bem maior
perde a existencia pontual
fixa o próprio entendimento
em algo que não precisa se perder
ou entender e perceber alguma coisa que possa ser

e de branco sentava numa cadeira branca,
debaixo de um céu branco e uma tenda branca,
olhava de lá como um faraó olha de dentro
de suas vestes brancas pra um deserto seco,

sem perceber que o verde do ar a circulava inteira,
inteira pendendo levemente pro lado verde,
em todos os lados para qual olhava,

minto, minto,

atras de si estava azul,
como uma miragem bordeada de areia bege e marrom,
por que nas miragens, convenhamos,
tem que ter marrom,

(mesmo se for só aquelas fontes que jorram agua pela boca de um menino pequeno)

pelo menos tinha que ser marrom
parece mais molhado e dificil de atravessar.

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